1953/1960


Nasci em Santiago/RS, dia 29 de dezembro de 1953

23:30h.

Sempre muito curioso, ativo e arteiro (até hoje), levava muito a sério tudo o que era aprendizado e logo aplicava cada novo conhecimento. Nada que era desconhecido ficava pra trás sem uma pergunta, um questionamento e uma definição. Tudo o que aprendia na escola, ou ouvia das pessoas, era minuciosamente pesquisado no Tesouro da Juventude – meu terceiro grande amigo. Nada ficava sem resposta.

Minhas atividades: colégio, estudar e brincar. Na maioria do tempo brincava sozinho com meu gato (Tibuca) e meu cachorro (Guarani). Estes então meus primeiros grandes amigos. Onde eu estava também estavam os dois.

Além dos brinquedos que ganhava eu mesmo fazia os meus e, cá pra nós, eu brincava mais com os brinquedos que eu fazia e inventava. Nos dias de chuva já ia correndo pra rua com o “rolo” (latas de leite ninho cheias de barro com um arame transpassado entre o fundo e a tampa e ligadas a outras), que era o meu trator pra andar no barro da rua que não era pavimentada, ou então, ia direto pro “campinho”, onde lá estava a gurizada pra jogar bola na chuva.

Sempre trepado em árvores ou em cima da casa, acompanhado pelo Tibuca. Com o Guarani eu brincava de esconder – ele ficava esperando eu me esconder e chamar – muito bom. Tanto um quanto o outro eram muito bem ensinados e eu me orgulhava disso. Dentro de casa eu brincava com uma rodinha de carrinho de criança e um aro de arame. Andava por toda casa com piso de “parquet” encerado e só de meias e sempre antes de dormir eu lia as “revistinhas” (super-homem, batman, tio patinhas, Udi-Udi (pica-pau), etc.).

Nessa época uma ocorrência inusitada: De noite e estava eu, já deitado lendo as revistinhas e de repente largo tudo e vou correndo pro quarto do pai gritando: me leva pro hospital, porque estou com apendicite aguda!!!! Nunca havia sequer escutado nada parecido e nem ninguém da família tinha tido isso. Meu pai disse: vai dormir guri, tu tá sonhando e eu insistia com a mão na barriga, dizendo que doía muito. Tanto insisti que o pai me levou no médico. Examinado, o diagnóstico: Apendicite aguda, opera amanhã!!

Foi nessa época também que conheci músicas, no sentido de ouvir, apreciar e pesquisar autores.

Parte dos discos da mãe

Sentimento Brasileiro
Valsas de Strauss
Hugo Winterhalter
Werner Müller
Tchaikovski
Harpa Paraguaia
Ray Conniff
Violinos no Samba

Piano do Vovô
Tea for Two
Billy Vaughn
Breno Sauer
Isto é Dança
Antônio Bisio
Matemática,0 Amor,10

Estes foram os discos e músicas que conheci quando estava querendo ser gente e nessa seleção abrange até meus oito anos, por aí…

A partir daí, minha vida tem sido uma verdadeira trilha sonora. Muitos discos e novidades, sempre atualizado.

E continua minha história – 1960/1967


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